Criada para conscientizar sobre a doença e seus sintomas, a data visa também incentivar a busca por tratamento médico especializado.
Trombose é a formação de um coágulo no sangue, chamado “trombo”, que obstrui ou dificulta a circulação de um vaso sanguíneo.
Dependendo do local afetado e da extensão do quadro, os sintomas da trombose variam. Os mais comuns são inchaço, vermelhidão, limitações de movimento e dor local.
Em alguns quadros, esses coágulos se desprendem e viajam pela corrente sanguínea até os pulmões, causando embolia pulmonar, ou até o cérebro, ocasionando um AVC.
O problema vem sendo bastante visto com a pandemia da COVID-19, já que é alta a incidência de trombose em pacientes que tem casos graves da infeção pelo coronavírus e chegam em 20% a 30% entre os que estão em CTI.
Em certos casos, o próprio organismo dissolve os coágulos, sem repercussões. O problema ocorre quando o trombo se avoluma ou o bloqueio sanguíneo persiste, o que pode ocasionar inflamações nas veias e artérias, nessas situações é necessário tratamento médico para evitar consequências mais graves.
A trombose venosa profunda (TVP) é o tipo mais comum da doença e ocorre quando o coágulo se forma em uma veia de calibre maior e gera um processo inflamatório. A sensação de peso nas pernas, sobretudo no final do dia, está entre os sintomas da TVP. Varizes também podem ser um sinal do problema, já que são veias tortuosas, dilatadas e que perdem a capacidade de levar o sangue corretamente de volta para o coração.
A trombose arterial (TA), como o nome sugere, ocorre nas artérias, reduzindo o fluxo do sangue para uma região específica do organismo. Isso pode causar falta de oxigenação do tecido, evoluindo para uma gangrena. Um sinal disso é quando o membro fica pálido e gelado.
Existem três principais razões biológicas para a TVP:
Fatores de coagulação: os coágulos para cicatrização são gerados por proteínas, entre outras coisas. Algumas pessoas, por motivos genéticos, tendem a apresentar uma concentração maior dessas moléculas. Certas medicações também podem interferir nesse processo.
Estase: ocorre quando a circulação sanguínea fica estagnada. Isso acontece ao permanecer sentado ou deitado por muito tempo, com as pernas na mesma posição, como em internações hospitalares ou viagens de longa duração.
Alteração da parede das veias: traumas ou intervenções cirúrgicas podem mexer com o estado desses vasos, fazendo com que sejam mais propensos a alojar um trombo. O cigarro também favorece esse quadro, porque danifica os vasos sanguíneos.
Para a TA, a maioria dos casos surge em decorrência da aterosclerose: formação de placas de gordura e outras substâncias nas artérias. Isso está atrelado a diversas questões como colesterol alto, diabetes, hipertensão, obesidade, cigarro entre outros.
Embora seja mais comum a partir dos 60 anos e com grande influência genética, a trombose tem fatores de risco modificáveis. Para os homens, o tabagismo, o sedentarismo e o consumo de álcool são os principais. Para as mulheres, os hábitos desequilibrados também contam, além da gravidez e do uso de pílulas anticoncepcionais, sobretudo sem acompanhamento médico.
Para diagnóstico da trombose, são realizados exames de ecodoppler vascular, que é como um ultrassom para os vasos sanguíneos.
Em indivíduos com histórico familiar de trombose, pode ser feito teste de fator de coagulação (um exame de sangue). Se ele apontar tendência genética à formação de coágulos, podem ser adotadas medidas para prevenir ou evitar tromboses crônicas.
O trombo em si pode ser dissolvido ou retirado por meio de remédios, cirurgias ou outras tecnologias, ou o vaso afetado pode ser eliminado. Isso alivia ou até mesmo resolve os sintomas, desse ponto de vista é possível pensar em uma cura.
Entretanto, a pessoa precisa manter cuidados durante toda a vida para não sofrer novos casos de trombose ou para minimizar as consequências. O tratamento depende do tipo de trombose e sua gravidade.
A TVP é tratada com anticoagulantes, meias elásticas para compressão das pernas e remédios que facilitam o retorno do sangue ao coração. A TA é tratada com medicações que dificultam a formação de trombos, baixam o colesterol e vasodilatadores. Com exceção de anticoagulantes orais mais recentes, a maior parte das drogas está disponível no SUS.
Exercícios físicos supervisionados também são encarados como parte importante do tratamento das tromboses.
Para reduzir a possibilidade de sofrer com a trombose, é necessário manter uma alimentação adequada, praticar exercícios físicos, não fumar, maneirar no álcool e controlar o peso e as doenças crônicas (diabetes e hipertensão).